Ainda aqui há dias andava eu a queixar-me de andar cansada psicologicamente e quase quase a sentir o corpo a quebrar. E pronto, sem mais demoras, eis que o corpo anuncia finalmente que precisa de umas férias urgentes. E neste caso é mais minha garganta que gramou com o sofrimento todo.
Se me ouvirem falar, acredito que vos faça confusão o som que faço que nada se assemelha à minha voz. De todo mesmo. Só me faço lembrar aquelas tias que toda a gente têm (eu por acaso não) que são solteiras e que fumam mais do que as chaminés das fábricas, em que as suas vozes são assim uma coisa mesmo rouca, quase que arranha. Neste momento a minha garganta é assim. E tudo por causa das malditas correntes de ar e dos ares condicionados. Digam-me lá outra vez as vantagens de trabalhar em centros comerciais?
Neste momento, as minhas melhores amigas são as pastilhas de mebocaína anti-inflam que levo na mala para todo o lado. Não me cura nada disto, mas pelo menos acabo por aliviar um bocado a coisa.
Pelo andar da carruagem, espera-me um Natal de boca fechada para não assustar ninguém a minha voz de nem-sei-bem-o-quê. Ah as maravilhas do tempo mais frio…