Desde quase sempre (e desde que me lembro), que venho a desmentir o facto de que sou completamente desconectada de emoções pelas coisas que possuo e que seria fácil para mim desfazer-me de qualquer uma delas. Ontem, e por razões que não vou mencionar por aqui, tive de me desfazer de algo que me era mais especial do que pensei e a coisa acabou por tornar-se um pouco ridicula e a puxar para o embaraçoso quando as lágrimas me começaram a cair cara abaixo. E atenção que estamos apenas a falar de um objecto.
Mas vá, em memória do dito, deixem-me cá dizer que ele passou comigo as passas do algarve, viu e ouviu coisas que não passa na cabeça de ninguém e esteve sempre comigo nos ultimos tempos. Parece uma pessoa não é? E quase que foi. Nunca pensei ficar assim por algo inanimado, o que me deixa a pensar o que será que acontece quando tiver de deixar um par de sapatos, uma mala das preferidas ou até mesmo o meu simples quarto aqui na casa dos pais? Começo a achar que afinal sou uma agarrada ás emoções e a todas as lembranças que as coisas me transmitem e nem sei dizer se isso é bom ou mau. O que eu sei, é que mesmo depois de uma noite bem dormida, continuo com remorsos de ter deixado o meu querido objecto inanimado sozinho, ao frio e sem mim num armazém pronto a ser destrúido.
E pronto, sou uma lamechas incúravel que está para aqui com remorsos por causa de algo que não faz sentido nenhum e quase que parece que deixei o meu querido cão num lado qualquer. Sou uma agarrada, é verdade. Há que admitir. Mas pode sempre haver tratamento para isto ou não?
Há mais alguém por aí que se identifique como um/a agarrado/a ás emoções? Identifiquem-se! Pode ser que ainda venhamos a fazer terapia juntos/as. 🙂